quinta-feira, 23 de abril de 2009

Brilhe onde estiver!


Nos momentos de desespero eu grito, grito para todos me ouvirem, grito com o tom mais aguçado que encontro, grito com vontade, grito por estar sem vontade de viver. Os sentimentos derivados se misturam no meu pequeno coração com a maior facilidade do mundo e logo viram uma bola de neve, onde a cada ângulo encontra-se uma expressão, uma tensão, uma elevação.

Os neurônios perdidos e abalados são forçados violentamente a se acalmarem e enfim sumirem. Sumirem em um sono profundo, uma morte, uma escuridão, uma madrugada, uma ilusão. Qualquer ilusão que o meu inconsciente crie é bem-vinda no meu interior perturbado. Interior que quando se relaciona com fábulas, entra na fantasia que qualquer sonho lhe proporcione.

Ao acordar, a sede de glicose toma conta do meu humilde corpo sem rumo, que se dirige à cozinha sem grande esforço, vai se arrastando a tal cômodo como uma lesma caminha em direção à eternidade.

Abro a geladeira, aquela projeção do Polo Norte me lembra de como o frio entristece qualquer um, o que me leva aos prantos novamente. No canto mais escondido do eletrodoméstico encontra-se a tão gloriosa barra de chocolate, aquela que quando encontra a minha língua trêmula, devido à crise de choro, derrete com a mesma agilidade que um cubo de gelo derretiria no deserto mais quente da Africa. Começa aí a crise compulsiva por chocolate, o melhor amigo de qualquer um nos seus momentos mais sóbrios. Resta-me tempo para morrer, o que ainda me deprime mais. Tal tempo passa, passa rápido, passa devagar, simplesmente passa e sempre passará, disso nunca vou duvidar.


Depois de um rio de lágrimas a única coisa que sobra no interior desta minha alma pálida é uma luz, é o meu deus, é a minha personalidade mais forte, mais fatal, mais intensa, mais frequente, mais eu mesma. Lá dentro estou sozinha, aberta para a maior felicidade, o maior amor ou a maior dor. O melhor disso é que depois de tanto sofrer, não encontro mais espaço para tanta dor, vejo então amor em todos, calor em todos, felicidade em tudo. A natureza é sem dúvida a maior fonte de tais sensações. Ela me completa e eu completo ela. A natureza por toda a sua extensão, com toda sua pretensão, sem nenhuma invenção. É apenas ela.


E assim eu encontro a maior luz, e brilho radiantemente, assim como uma estrela cadente, ou apenas uma garotinha contente.