domingo, 31 de outubro de 2010

Ficaria lá, admirando, sentindo, para sempre

Não sei nem como começar esse post. Para mim, escrever o que senti na ultima semana, é uma missão impossível. Mas, o impossível é só uma questão de opinião não é?
Por isso estou aqui..

Quinta feira passada, dia 21 de outubro, peguei o ferry para Vancouver as 8h da manhã. Não sabia quantas horas ficaria no onibus depois que chegasse lá e também não sabia certamente para qual cidade iria primeiro. Só sabia que estava indo para as Rocky Mountains. Estava na verdade um tanto quanto perdida, como sempre. Mas, como sempre também, sabia que iria me supreender com a natureza, com a vida.
No ferry já estava meio agradecida e admirada com a vida. Primeiro porque a neblina estava MUITO forte, não conseguiamos ver NADA lá de cima. Nada literalmente. Só viamos branco. Esse tipo de coisa nos faz pensar em como a natureza rege a nossa vida, porque não temos controle nenhum sobre ela. Tentamos, mas não conseguimos. O melhor foi, que depois de uma hora mais ou menos, ela, por vontade própria nos mandou uns presentinhos. O dia abriu, o sol surgiu e algumas coisas brancas continuaram lá. Mas eram nuvens, nuvens sobre o mar. O imenso mar que nos rodeava, nos acomodava. Esse momento durou cerca de 15 minutos, porque chegamos no ponto final!
Lá pegamos o onibus para Sicamous (agora eu sei!). No eio do caminho paramos em uns túneis muito grandes e escuros. Todos tinham uma luzinha no fim. E a luz se tornava cada vez maaior, cada vez melhor. Quando você via o que tinha lá, percebia que era mais do que uma luz, era uma magia. Muita água, muito verde, muita energia. Absorvemos toda aquela energia e voltamos, sobre as grandes pontes que ligava, os túneis. Sobre os grandes caminhos, para o pequeno onibus. E nele permanecemos até a noite.. Chegamos no hotel.
Corri em busca de um telefone público ou qualquer um que pudesse usar. Sete e dez da noite, meia noite e dez no Brasil: - Parabéns Mami! Primeiro aniversário em 16 anos que não estou aí, do seu lado. Claro que estou aí, dentro de você. Mas, mesmo assim queria ser a primeira a dar parabéns. Nós duas sabemos que aniversário não é assim tão importante, que importante é todo o dia. Saber isso é fácil, só que sentir é um pouco mais difícil. Porque quando você tá longe, cada dia é essencial. E o aniversário é um pouco mais. A verdade é que nada disso importa, o que importa é que meu amor por você não é um pouco mais essencial em nenhum dia. Em todos, ele é o meu dia. Não falei tudo isso. Mas ela me ouviu.
Depois disso, fomos comer pizza. Aliás, foram comer pizza. Porque eu comi só um pedacinho de passarinho. Obviamente não por vontade própria, mas é porque nos outros pedaços tinha carne vermelha. Comer menos foi até que bom, porque depois fomos para a piscina. E então para a fogueira. Brasileiros e Alemães em uma só fogueira. Brasileiros que tinham acabado de sair da piscina e estavam secando o biquini no fogo, brasileiros de canga, brasileiros sem biquini, mas também sem sutiã. Alemães agasalhados, alemães de bota de inverno, alemães de gorro. Brasileiros tentando esquentar. Alemães esfriando. É estranho como a cultura interfere na personalidade do seu povo. Não posso generalizar - CLARO! - mas é complicado conviver com isso. E, afinal, era o nosso primeiro dia. Ainda assim, recebemos uma visitinha de uns alemães simpáticos. Foi simpático.

No segundo dia acordei cedo, tomei café e fui ligar para a mamãe. Saber como estava no seu dia. Pegamos o onibus e lá ficamos. Vimos lindas paisagens. Foi aí que descobri que entraria nas paisagens, que iriamos visitá-las além de vê-las.
Visitamos o Lake Louise. Um lago paradisíaco. Azul, muito azul. Grande, muito grande. Atrás de tudo isso, montanhas com gelo, com neve. Neve de verdade. Não podia acreditar. Fiquei paralizada, apaixnada. Sentindo tudo aquilo, vivendo tudo aquilo. Sabendo que seria só uma vez, só uma única, mas mágica vez. Alguns alemães entraram na água. Fiquei com vontade. Mas, acho que não estaria aqui contando tudo isso pra vocês se tivesse entrado. Estava quase petrificando de frio. Isso é porque não tinha nem tocado na água direito. Ela já tinha tocado em mim, no meu coração. E ali ficou. Continuamos nosso caminho depois de muitas fotos e de um pic nic.
Depois disso visitamos uma cachoeira muito bonitinha. Mas não muito comparada com as nossas, as nossas do Brasil. Na verdade, a piadinha era que as cachoeiras que víamos eram torneirinhas. Mas, vamos deixar essa parte de lado. O lago já tinha feito toda a viagem valer a pena.
Vimos elks, um animal feio com a bunda branca. Mas, ele é tradicional daqui. Então, foi interessante, estavamos conhecendo até a parte menos favorecida da natureza deles.
Chegamos em Banff! Uma cidadezinha muito bonita, se parece com o cenario de Surrey, do filme 'O Amor Não Tira Férias'. Jantamos muito bem lá. E depois andamos. Compramos chocolate e outras coisas. Voltamos para o hotel e lá ficamos. Recebemos mais visitas. Socializamos. E depois fomos dormir.. Nos preparar para o longo dia seguinte.

Acordamos em um horário ridiculamente cedo e fomos andar a cavalo em um frio estupidamente gelado. Podem perceber que essa foi a melhor parte da minha viagem. Meu cavalo me odiava e fazia tudo errado. O que na realidade me levou a uma reflexão.. Tadinho do cavalo! Eles não nasceram para nos servir. Eles nasceram para comer, correr e fazer o que eles quisessem. E aí, quando o meu cavalinho que me odiava parava pra comer, a mulher feia e chata vinha pra mim e falava para eu puxar ele e bater no pobrezinho. Ela falou que ele não ia sentir.. Ela que não sentia nada, porque era uma gorda e fria. Não tinha como sentir nada mesmo. Depois, o pobrezinho ia correr. Tá, aí nessa hora que era pra ela fazer alguma coisa, ela não fazia. Tá, chega.
Vimos um lago MARAVILHOSO nesse caminho torturante. Que era como um espelho. Um espelho que refletia a beleza irradiante de uma montanha. E de suas arvorezinhas. Como falam, tudo tem seu lado boom..
Depois, o dia melhorou. Ele nasceu para nós. E até deu uma esquentadinha. Vai ver a felicidade que esquentou. Fomos para a Gondola das Sulphur Mountains. É um teleférico. Muito, muuuuito alto. Que te deixa ver o mundo. Como se não bastasse, quando você lá em cima, pode subir ainda mais. E de lá, ah, de lá você se sente o dono do mundo. O dono de um mundo gelado, mas maravilhoso no meio de todo seu gelo. Você tem vontade de seguir cada caminho, de entrar em cada rio, de subir em cada montanha. E é aí que você lembra que você já está em cima de uma delas. E curte, curte muito tudo isso. Vive muito tudo isso. E fica lá, admirando, sentindo. E ficaria lá, admirando, sentindo, para sempre.
Mas, o onibus espera por nós. Descemos então em outra praia maravilhosamente azul, com várias montanhas. As montanhas que na realidade são o nosso destino. As geleiras.
Quando chegamos nas geleiras, descobrimos que não subiriamos nelas. Ficamos bravas. Ficamos putas. Mas.. Quando menos percebemos, estavamos lá. Lá era o nosso destino. Gelo, água, vida. Decidimos tirar foto sem camiseta, assim como meninos fazem. Tiramos fotos e tudo o mais. Mas, a melhor parte foi depois. Sentir aquele frio petrificante no seu peito, na sua barriga. E ele parece ter um efeito único. Não é o efeito de você estar quase morrendo. É o efeito de estar mais do que vivendo. É o efeito de você estar integrado com a natureza, de estar em uma sintonia e harmonia desigual com ela. Ela parece estar entrando dentro de você, e você? Ah, você está entrando dela. Só que aí depois o momento de morte chega. E aí você coloca todas as roupas rapidinho. Mesmo porque, já ganhou uns quilinhos!
Adoro rimas.

Eu não podia estar mais feliz. Vi algumas das melhores coisas do mundo. Senti algumas das melhores coisas do mundo. E uma delas, sem dúvida, foi a certeza de uma companhia. De uma mão lavar a outra. Vocês têm a minha mão.

A volta lamentável não será comentada, porque ela envolve eu passando mal em um barquinho que não parava de balançar (que as pessoas costumam chamar de ferry).

A segunda feira também não. Tive provas. Sim, no plural. A terça feira.. Também. E todo o resto da semana.

Apesar que quarta foi um dia bom para mim. Estava voltando - ANDANDO - para casa. Parei na praia.
E lá fiquei.
E lá ela ficou.
E lá ficamos, eu e ela.
De lá, eu vi as montanhas, as montanhas que eu visitei. Conseguia ver o gelo, a neve. Não precisava ver mais nada.

Tá legal, ver algumas pessoas que eu sinto falta não seria nada mal.
Mas eu sentia elas. Sentia as montanhas. Sentia tudo.

Sexta feira? Dia de fantasia!
Foi engraçado. Depois disso fui ver um jogo de volei e a noite cuidei das crianças.

Sábado, com mais 50 dólares no bolso (por causa do dia anterior, quando cuidei das crianças), fui para uma festa de Halloween. Foi boa. Não tanto quanto as do Brasil.
Mas foi diferente, divertido!

Hoje teve festa de Halloween aqui em casa.. Várias crianças, vários jogos, vários doces. Vários doces. Eu e a Gabi. Rimos um pouco, comemos muito. Nos divertimos, eu acho. Vivemos um pouco da vida deles, da cultura deles. Até do modo de pensar deles, né? Haha, vai entender..

Depois de tudo isso estava morta. Não fui pedir Trick or Treating. Muito trabalho, muito doce, muita gordura desnecessária. Já estava satisfeita.
Já estava feliz.. Há muito tempo.

Longa Sessão de Fotos..
OBS: as fotos estão com sequecia inversa dos fatos, ou seja, estamos começando pelo final, hihi.
OBS 2: isso não é culpa minha, é do blogger. podia fazer alguma coisa, mas não vou. são 11h11 e amanhã tenho aula, infelizmente.































sábado, 16 de outubro de 2010

Thanks God.. It's Friday?

Aqui estou eu de novo!
Estava na hora né, eu sei..
Como já faz uns 15 dias que não faço um post decente, acho digno vocês, meus caros leitores, me perdoarem e não se importarem com a minha não descrição de todos os dias. Enfim, teria que descrever 15 dias. Nem ia lembrar de tudo na verdade.
Ia lembrar do essencial..

Começando por um dia que parecia comum, mas que se tornou um tanto quanto interessante. Era domingo. Cuidei do Noah (host-brother) de manhã e achava que por isso meu dia seria resumido. Mas, a Kim (host-mother) veio me falar que eles fazem 'fotos de família' e que queriam a minha presença na desse ano. Eles estavam pensando em tirar naquele próprio dia. E assim foi.
Fomos para um parque daqui, muito bonito por sinal. Andavamos e escolhiamos lugares bonitos, lugares onde nos sentíamos bem, vivos. Tirávamos algumas fotos e seguiamos em frente. Fizemos isso por um tempo. Depois da sessão de fotos voltamos para casa. Maaaas, no caminho, fizemos um 'exagero'. Exagero que eu prefiro chamar de prazer. O que houve? Paramos em uma sorveteria!



A semana foi passando e o tempo estava bem bonito. Eu e um pessoal decidimos então ir para OUTRO parque que tem por aqui em uma plena terça-feira. Quem diria hein Carolina? Muito bonito. Talvez muito mais que muito. Confesso que a natureza conspirou ao nosso favor naquele dia. O sol estava lá. E eu também. Pegando tudo que ele estava me oferecendo por algum tempo. Deitamos na grama e ficamos parados, apenas deixando ele nos abençoar.



Os dias foram indo e vindo. Cada um de seu jeito.
Fomos para uma festa - pasme! - que era super estranha - claro..- e que não satisfez a nossa vontade de festas e bares e coisas de São Paulo (ou Belo Horizonte, ou Santa Catarina, ou qualquer outro lugar onde pessoas da nossa idade SAEM de fato).
Chegou o então o meu primeiro Thanksgiving! Que já tinha tido uma preparação na sexta feira, no aniversário do Noah. Comi bastante até, mas não tanto quanto as pessoas costumam comer. Tudo bem que compensei na sobremesa (um bolo de chocolate MARAVILHOSO!). Mas, acho que não é a comida que realmente importa - tá legal, ela é BEM impostante, mass.. - é o significado que cada um dá para essa data. Acho que devo ter dado mais significado do que eles dão aqui porque eu nunca passei por isso. Eles passam todos os anos, virou rotina.
Para mim não.
Quis então entender o porque do feriado e tudo o mais.
Basicamente, era quando as pessoas do Canadá agradeciam pela colheita.
Nesse dia eu agradeci por tudo.
Tudo que tenho e que já tive.
Essa oportunidade, essa família, esses lugares que estou conhecendo e essas pessoas também.
Mas não deixei de agradecer pela MINHA família, pelos MEUS lugares e pelas MINHAS pessoas. Pelas minhas certezas. Pelos meus maiores amores.
E foi aí que eu percebi como sou grata. Grata ao universo por ele ter me entregado tudo que entregou.
Não tenho nem como descrever tamanha gratidão.

Nesse dia, quando pensei em tudo isso, senti tudo isso, eu tive a maior certeza de que sou abençoada!

Bom, alguns dias depois disso, fui passar um dia em Victoria, uma cidade muito bonita aqui perto. O dia foi meio tumultuado. Tive que fazer umas coisas que não estava esperando, porque não tinha lido a programação direito - CLARO!. O dia podia ter sido tão bonito quanto a cidade, mas tudo bem. Vai ver ele estava compensando um pouco toda a minha benção.



Chegou sexta-feira. E como aqui sexta-feira não é dia de cerveja, fomos para um evento TEEN. Um festival de cinema. Tá, é um bom programa. Comemos muita pipoca, bebemos muito refrigerante e vimos alguns filminhos água com açúcar. Nada tão polêmico quanto eu gosto, mas, as vezes a vida tem que ser mais sutil.. Menos profunda. Obviamente, alguma coisa mais INTENSA tinha que acontecer. Depois de passar a noite nesse festival e tomar café da manhã no Mc Donalds, fomos ver o sol nascer em um lago que tem por aqui.
O sol estava lá. E eu também. Pegando tudo que ele estava me oferecendo por algum tempo. Ele estava nascendo para nós.



Peguei toda essa luz e guardei aqui, comigo.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

...

Uma semana e dois dias né. Eu sei.
Mas acho que tenho que escrever quando minha alma pede e não quando o calendário o faz.
Hoje, minha alma pediu!

Mas, ela pediu há um tempo e eu não aproveitei.
Agora estou eu aqui, digitando e apagando todas as frases que surgem na minha mente.
Talvez, ela já tenha fechado por hoje.
Provavelmente amanhã ela estará aberta.. Vou aproveitar e checar o expediente.
Assim, amanhã ela me proporciona um pouco mais de criatividade, de frases.
Aí, eu posto elas pra vocês logo em seguiida!