segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"I can see"

Olá olá!
É, pelo que estou percebendo vou postar aproximadamente uma vez por semana sabe? Ah, mas não tem problema né, porque quando posto vale literalmente pela semana inteira. Pelo tamanho, eu digo.
Enfim, vamos lá.. a minha linda semana - passada.
Segunda e terça foram dias comuns, comi cookies, fui para a aula de musical - pela última vez! - e provavelmente fui para o shopping.. Que é o que todos os alunos internacionais fazem depois da aula. E eu faço de vez em quando. Tá, tanto faz esses dias.

O melhor estava por vir..

Quarta-feira - bem no meio da semana, tem coisa melhor? - fui para Vancouver. Na realidade, não fui exatamente a passeio. Fui para acompanhar a Kim - minha host mother. Ela tinha que fazer uma cirurgia nos olhos. Desde os 7 anos usou óculos, e sem eles (ou lentes de contato) não podia ver as coisas nitidamente, o mundo nitidamente. Eu sei que tem muitos casos como o dela. Mas, acho que por conviver com isso tão de perto, por me permitir a sentir um pouco do que ela sente, percebi que não é tão simples assim. Claro que podia ser pior. Mas, ela não conseguia ver..

E é engraçado pensar como a ciência evoluiu. E, nesse caso, evoluiu para o melhor. Ela conseguiria olhar o horário no despertador quando acordasse. Foi o que ela disse para o seu pai, ele não entendeu. Eu entendi, ela queria ver o mundo, cada detalhezinho dele, cada pequena parte.

E conseguiria. Para isso, foi para a cirurgia.
Eu, fui passear. Conheci as ruas cheias de lojas de Vancouver. Todos os tipos de loja. Todos os tipos de pessoas. Fui em uma loja subterrânea que tinha uma música super estranha na entrada. Fui em lojas comuns. Fui para onde queria ir.

Depois comprei um livro e fui tomar um chocolate quente, que a Kim falou que era o melhor do mundo. Eu não achei. Mas foi gostoso. E lá conheci um brasileiro - tinha que ser brasileiro - que falou que vai me levar para festas quando eu voltar. Adorei, haha.

Mas depois de tanta civilização, tanta cidade, encontrei um parque. E fiquei sentada em uma ponte que tinha no meio dele, que ficava meio que no meio de um super lago. Era super diferente. E de lá saiam uns jatinhos. Da AGUA! Nossa, eu achei super super super diferente. Fiquei lá, sentada, conversando com a minha mãe no celular, e sentindo aquela brisa.

Mais tarde, depois de comprar pijamas e comida para a minha 'paciente', fui encontrá-la. Estava deitada na - super ultra mega - cama do hotel. Me agradeceu mil vezes pelas compras. E foi até a janela. Eu a acompanhei. Ela abriu a grande janela.. E começou a observar.
Agora, ela conseguia. Meio borrado ainda, por causa da operação. Mas conseguia.
Lá de cima, ficou observando o parque onde eu estava. Viu um homem de cadeiras de rodas na ponte onde eu estava. E começou a falar, cada coisinha que via. Cada detalhe.

Quando eu olhei para ela, ela disse, com lágrimas nos olhos: 'I can see'.

Não sei, mas quando você compartilha esses sentimentos, começa a perceber como é importante ver. Não olhar, mas ver. Porque quando você vê, você sente, você se importa.
Eu estava vendo ela. E ela, sem dúvidas, estava me vendo. Com muito orgulho por sinal. Orgulho dela.

Depois disso, acho que decidi ver mais. Ver mais o mundo.
Porque você percebe que tem sorte por poder vê-lo. Sem ser através de lentes. Sem ser através de cirurgias. Apenas através de seu coração, quem sabe.

Bom, nesses mesmos dias estava pensando em parar o teatro. Aí foi quando me decidi. Pararia o teatro, mas começaria a andar, a fazer caminhadas por aqui. Que incluiriam, obviamente, paradas. Paradas nos parques daqui, nas praias daqui.
Mesmo porque, sinceramente, essa cidade não é das mais badaladas. Não é das mais agitadas.
Mas é daquelas onde se tem muita coisa para VER, para sentir.

Estava decidida. Iria ver.

Na quinta voltamos. Eu comprei tênis, para que as caminhadas não se tornasse em uma tortura sob All Stares não-confortáveis. Na sexta mesmo já fui caminhar depois da escola. Encontrei outra praia aqui perto de casa, bem pertinho mesmo. Na volta da caminhada parei lá. Senti a praia. Senti o mar. Senti cada ventinho que batia. E os ventões também. Sentei e li um pouco.
Voltei para casa ouvindo Maria Rita no máximo volume e cantando. Se alguém ouvisse, não entenderia mesmo né?
E sinceramente, eu não estava nem ligando.

"A gente ri, a gente chora e comemora o novo amor!" Maria Rita - cantado por Carolina Piai.
INÉDITO: Em Nanaimo, dia 17 de setembro.







A tardinha, fui encontrar um pessoal para fazermos algo que ainda não sabíamos o que era. E continuamos sem saber. Fomos para um lago, fomos para um shopping, para outro. Pegamos um ônibus, pegamos outros. E assim foi. Um desastre. Mas um desastre engraçado, né meninas ao lado? Mais engraçado agora do que na hora, mas tudo bem.





Sábado fui fazer uma caminhada, mais longa. Na verdade a que fiz no meu primeiro dia aqui e que achei muito muito muito longa. Na realidade não é tanta. Mas, chegando no lugar (Neck Point Park), fiz uma trilha. Então, estava também me exercitando.

Bom, a verdade é que pelo que vi lá, não estava dando muita bola para o exercício. Estava feliz.

Eu podia ver. Ver tudinho. Cada detalhe.

E os detalhes de lá, meu caro leitor, valem a pena. Valem para mim pelo menos.

Muita natureza, muitas pedras, muita PAZ.

Cada dia eu descubro mais como posso encontrar essa paz aqui também, e não só em Hornby. Isso é consolador.
A vista era maravilhosa, e a sensação melhor ainda.
Poderia passar o dia inteirinho lá.. Só sentindo cada segundo. Cada segundo que o universo estava me oferecendo. Mas, tinha que sair, porque tinha planos. Não vou nem comentar desses planos, porque eles foram um desastre. Onde já se viu um shopping, de uma cidade, fechar às 6h da tarde em um sábado? Isso não é normal. Iria encontrar pessoas lá. As pessoas eu encontrei. O shopping não.
Ah, encontrei outra coisa.. Chuva, muita chuva.

Domingo - Estava decidido: pic nic na praia? Não.
Jogo de futebol: Brasil x Espanha. Na realidade em um time tinham 2 brasileiros e no outro uns 3/4/5 espanhóis. Só que foi divulgado como Brasil e Espanha. Provavelmente para as pessoas terem vontade de se locomover até lá.
Foi simpático.


Mas o 'Brasil' perdeu.

Depois disso, fomos comer Pizza Hut.

Cheguei em casa e jantei.

Acordei e comi panquecas. Engordei um quilo já, e não estou aqui há nem um mês. E sinceramente, eu não estou nem ligando. O programado era cinco quilos no máximo.. E eu não estava nem pensando em fazer exercício hein.




Depois de panquecas, e falar com algumas pessoas do Brasil, voltei para o Neck Point. Hoje, incrivelmente, o tempo estava mais bonito. Tirei umas fotos legais..

Tinha que aproveitar o milagre né.

E tinha que deixar vocês verem.

Verem por lentes. Verem por uma tela. Mas, Verem o que estou vendo.

Para sentirem o que estou sentindo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Welcome to Paradise!

Tá legal, já deve estar fazendo uma semana que não apareço por aqui. Mas, se eu fosse você, meu caro leitor, ficaria um pouco feliz por isso. Porque ISSO quer dizer que eu estou fazendo coisas e estou tão animada que esqueço de postar.
Enfim, tanto faz. O importante é que estou aqui, para contar o que tem acontecido.
Bom, até quarta feira da semana passada foi tudo SUPER normal: muitas aulas de muitas horas pelas manhãs. Poucas matérias. Aulas de teatro que não são de teatro, mas sim de um musical que estou começando a considerar estúpido por me tocar que realmente é um MUSICAL, onde as pessoas cantam e dançam, ao invés de ATUAR. E se torna estúpido na verdade, porque eu não gosto de cantar (mentira, gosto de cantar, mas as pessoas não gostam de me ouvir cantar, o que não é um bom sinal) e MUITO MENOS (aí não gosto mesmo) de dançar. Não acho que alguém pode me levar a sério com isso. Não estou falando nada pro mundo. Estou apenas dançando e cantando coreograficamente, e mostrando que não sei fazer nem um nem outro. E sinceramente, não tenho vontade de aprender. Não desse jeito.
Cantar talvez, mas, ACHO QUE NÃO..
Dançar? Não essas dancinhas.
É, acho que vou ter que sair do teatro. Depois de reler o que escrevi percebi que não estou totalmente satisfeita com o curso. Haha.
Ah, tem uma coisa que estou satisfeita naquela escola (Papi, isso é só um mini drama, sem preocupações, a escola é legalzinha, ensina inglês, como o desejável) - e que também me deixa satisfeita, muito, por sinal - .. O COOKIE DE CHOCOLATE! É maravilhoso, de verdade. Enfim, ando comendo um desses todos os dias. Gorda.
Todos os dias? Abaixo ilustração. Ainda não estou tão gorda, como vocês podem perceber. NÉ? Mas estou bem orelhuda..


E aproveitando para já mostrar uma foto do primeiro dia.. Acho que estou aproveitando para mostrar que minhas orelhas não estão tão mal assim, é uma questão de ângulo errado dessa foto. Ou não.



Tá, vamos para a parte mais legal agora.

Quinta: Coiso de boas-vindas para os alunos internacionais.
Eu fiquei suuper animada, porque até onde sabia, era na praia. E para mim, praia = calor. E para mim, praia = calor = pic nic de boas vindas. Agora, escrevendo isso, não vejo muito sentido. Mas, até eu descobrir que não era nada disso tudo estava se encaixando. A praia, era na verdade um ginásio. O calor nem podia ser cogitado (ok, não estava nada congelante, mas, não tava calor e pronto acabou). O pic nic era UMA GINGANA! Tá, não vou reclamar. Passou rápido. E depois, TCHÃ-NÃ.. FOMOS PRA PRAIA! E eu comprei Kit-Kat e fiquei comendo lá, então praticamente fiz um pic nic. Depois, voltando para o ginásio, tinha música. É, UMA BALADA! Tá legal, chega de caçoar Carolina. Na verdade foi bacana. Para enturmar os alunos e essas coisas. Eu não sou uma pessoa muito enturmada (ou seja, sou chata e antisocial), vocês sabem - eu acho. Mas, foi divertido. ah, falando em diversão e música e internacionais.. Tocaram algumas músicas diferentes, tipo, uma de cada país. E qual foi a do Brasil? Do-lhe 1, 2 e 3.. CRÉU! As meninas que escolheram. Na realidade porque até então as espanholas estavam meio que 'se destancando'. Aí as brasileiras quiseram mostrar.. a beleza do país? Não. Definitivamente não.Mas, é a vida né. Ok, só que como já disse, me diverti! Foi engraçado e tudo o mais. Em comemoração a minha ilusão de pic nic na praia vou mostrar uma foto na praia. E em comemoração ao 'me diverti!' também. Sei lá, pareço uma pessoa divertida na foto. Acho que é por isso. Ainda estou compensando a orelha talvez.



Thanks God It's FRIDAY!

Tive aulas chatas como de costume e.. FUI VIAJAR! Pra onde? De acordo com a Kim (host-mother) uma praia cheia, cheia de PEACE. Quando soube disso, não sei, comecei a achar que o lugar era um oásis. De tão calmo, tão belo. Porque essa cidade já é tudo isso. Já tem muita PEACE. Se para ela, lá tem peace. Mais peace. Ah, ela disse também que era um lugar de HIPPIES. O que me animou, como vocês já podem imaginar. Ok, mil expectativas. No carro? Muito chocolate, muita junk food, muito refrigerante. Gorda. Tá legal, pegamos a balsa e ENFIM VIAJAMOS: Welcome to Hornby Island!A tardezinha fomos comer uma pizza com ingredientes naturais, organicos.. Cheios de vida. Me deixaram cheia de vida também. Levamos a pizza para casa e ficamos comendo e vendo filme. Aí depois trocamos a pizza pelo maravilhoso e sensacional e imperdivel e inigualável e maravilhoso de novo e etc etc etc TIM TAM! É um chocolate, meu pai me trouxe da Australia, e eu me deliciei. Como se só pudesse comer aquilo de novo depois que alguém viajasse 36 horas até chegar na Austrália. MAS NÃO! Posso encontrá-lo no supermercado aqui NA CIDADE. Ok, influenciei toda a família (DETALHE: toda a família que foi né, que foram só as meninas, foi um final de semana de meninas), e no final estava todo mundo que nem eu pelo suculento TIM TAM.. Comi também um negócio que parecia paçoquinha. Depois de tudo isso.. E mais muita Coca. Fomos hibernar. Acordamos e por peso na consciencia fomos dar uma pequena volta. Bem pequena. Em uma praia bonita e legal (tipo o meu mini-mural, né Carla). A praia tinha uma coisa especial: pedras. Ou eu achei elas especiais. Tanto faz agora, o que importa é que para mim elas foram especiais. Cada uma com seu jeitinho. Esperando na beira da.. costa para serem molhadas. Uma por vez. Algumas, super longe do mar. Já tinham perdido a esperança. Já estavam rachando. Ajudei-as: trouxe comigo. Fomos então para uma lojinha hippie. Muito interessante, cheia de coisinhas bonitas, feitas a mão.. e caras. Chegou uma amiga da Kim, com a sua filha e com uma brasileira, que ainda não conhecia, apesar de ter vindo comigo: Catharina. Passamos a tarde comendo, conversando e vendo filmes. Fomos também para outra praia. Cheia de madeiras. E com.. vejam só: AREIA. Uma areia meio escura e cinza e enfim, era areia pelo menos. A noite chegou, e com ela uma chuva que parecia nunca terminar. Ótimo, agora vou ficar trancada dentro de uma casa de madeira só comendo e vendo filme sendo que tem toda uma ilha lá fora que está louca para ser observada. Quero sentí-la. Mas, até aí, só podia sentir gotas.

The sun is coming out for us!


O dia chegou, chegou vida, luz, um solzinho. Fiquei iluminada. Fizemos uma longa caminhada, que pareceu curta por causa da paisagem, da beleza, da vida que tinha. Do amor.

Uns passarinhos fizeram uma celebração da vida, justo em cima de nós. Eu estava celebrando a vida. Me sentia renovada.
Cada brisa, cada momento.
Era eu e a natureza. A natureza e eu.
Me sentia conectada.
Me sentia no mundo. E sentia o mundo em mim.
Voltamos para a casa. Com o pé doendo. Mas, com a alma pura.
Depois, fomos para uma feira. Onde conheci pessoas especiais.
Uma mulher, chamada Linda, viaja o mundo tirando fotos. E depois vende-as, mostrando o mundo para quem vive nele. Mostrando crianças carentes. Mostrando gente. Gente que pede o mundo com um olhar. Um olhar do mundo.
Mostrando um futuro. Uma esperança. Um pássaro da paz. Com todas as cores. Que traria a paz para o mundo. Que trará nos próximos dois anos. E por trás dele, o mundo. A beleza do mundo. A beleza daquela ilha. Me apaixonei por essa imagem.
Ela demonstra transformação, para um mundo melhor.
Ela demonstra Demian: "A ave sai do ovo. O ovo é o mundo. Quem quiser nascer tem que destruir um mundo.".
Ela demonstra vida.
A vida que eu quero.
Ela custa 30 dólares. Sinto muito.
Converso com a Linda, ela fica sabendo que estou hospedada na casa da minha host family (que já comprou muito e gastou muito em suas imagens). Eu compro uma pequena imagem. De uma pequena criança. Com uma grande alma, um grande olhar. 5 dólares. Mais acessível também.
Dou o dinheiro. Ela me da um presente. Para eu levar para o Brasil. Em partes, pela contribuição da minha host family. Em partes, porque tinha que ser assim.



Conheci ainda outra mulher, que vendia chocolates caseiros e organicos e naturais. Gostosos. Não tanto quanto os meus. Haha. Ela era legal também.Mas, estava maravilhada..
Eu tinha o mundo nas minhas mãos.
Voltando para a casa, mais junk food, mais chocolate, mais filme (dentro do carro mesmo). Saímos um pouco para o ferry, tiramos fotos.

Na volta para casa, paramos em uma comunidade hippie. Cheia de coisas mágicas. Cheia de vida. Acho que estou transbordando de tanta vida que estou encontrando.

Comprei um catador de sonhos. Minhas energias não podiam estar melhores.



Fomos buscar o Noah na casa da tia. A tia que cozinha bem de acordo com a Kim.

E não é que é verdade? Totalmente verdade por sinal.

Comi, comi muito.

Choveu. Fez sol.

Vi um arco-irís.

Vi um do lado do outro.

Eu vi.

Eu vi a vida chegando.

E eu lá, vivendo..

sábado, 11 de setembro de 2010

O brilho das pessoas é bem maior!

Bom, a primeira semana se passou, pelo menos é o que parece.
Tenho que admitir que depois do primeiro dia de pizza, bolo e vida mansa, as coisas se complicaram.
Começamos a fazer o que nós realmente temos que fazer aqui: ir para a escola, e TER AULAS. Sem comer pizza ou bolo. Aliás, se quiser, está bem servido também, por 3 dólares cada pedaço, claro!
Quatro aulas por dia, 1h30 para cada aula. Quantas aulas nós temos ao todo? QUATRO! Ou seja, as quatro MESMAS matérias todos os dias. Aulas até as 3h. Começam as 8h. Estou me cansando só de falar.
Isso tudo sem contar as mil trocas de aulas que fiz.
A única escolha totalmente certa que tomei - pelo que parece até agora - foi entrar para o grupo de teatro da escola. Ah, eu já mencionei que é um musical?
Pois é.
Você leitor, que nunca me viu cantando OU dançando, deve estar achando isso uma ótima ideia. Mesmo porque, não fui eu mesma que fiquei cantando pelas ruas de Nanaimo na terça feira? Dançando até.. É meu querido, mas, você pensa isso porque nunca me viu fazendo tudo isso. Ou melhor, ouviu!
Se tivesse ouvido, já teria dito que eu devo fugir desse curso. Ou esse curso deve fugir de mim né, não sei..
Bom, de qualquer jeito não vou desistir. Essa é uma ótima oportunidade para eu desenvolver meu dom (que eu sei que tenho). Ou para perceber que realmente não tem jeito, não posso cantar. Ou simplesmente para ATUAR!
É, é uma das minhas paixões. Um dos sentidos da minha vida.
Bom, outros sentidos são vocês. E nessa LONGA semana eu realmente percebi isso. Como toda essa coisa de ficar longe de todo mundo pode ser difícil. Principalmente quando você tem 4 aulas por dia. Quatro chatas aulas por dia.
Mas, felizmente, todo ser humano é mágico, único.
Estou conhecendo alguns por aqui, que coincidentemente são brasileiros (opssss Rafa!). Mas, acho que seria digno dedicar uma boa parte de tudo isso a minha host family.

Vou explicar porque..

Ontem foi um dia triste.
Gostaria de dizer que todo dia é feliz. É bonito. É azul. Mas, não posso. Sou muito verdadeira nas minhas palavras.
Porém, também sou verdadeira quando digo que posso tentar enxergar a beleza no céu cinza, ou no dia feio.
Esse lugar está me ensinando a tentar isso, a tentar..

Talvez conseguir, talvez não.
Tudo depende do destino.
Tudo depende de você.

Eu sei que tenho esse poder. Mas, as vezes é difícil compreender esse tipo de coisa. Principalmente quando os dias estão difíceis e as pessoas que você mais ama estão distantes.
Sua vontade é voltar, voltar pra elas. Porque os dias ficam mais fáceis ao lado delas. O simples fato delas estarem lá torna tudo mais fácil.
E aí você começa a ficar cada vez mais e mais triste e parece que você vai explodir se não tê-las ao seu lado, com você. Tudo é motivo de lágrimas.
Se fossem só lágrimas estava ótimo. Mas o problema é que quando elas vêm, parece que estão alarmando uma futura explosão. Uma explosão de você mesmo. Do seu coração talvez.
Mas depois de chorar, chorar, chorar, você percebe que seu coração continua batendo. Você continua vivo.
Os dias difíceis continuam.
Mas, lentamente, eles vão se tornando mais fáceis. Você conhece pessoas. Você vê as pessoas que estão ao seu redor por todo esse tempo. Elas podem não ser aquelas que deixam tudo mais fácil. Contudo, podem se tornar. Se você permitir.
Elas não vão ocupar o lugar de ninguém.
Mesmo porque, cada um tem um lugar no seu coração.
E, como ele parece não ter explodido, está tudo em seu devido lugar.

Então, por que não deixar um pouco de amor entrar?

Você percebe que tem muito amor dentro de você ainda, mesmo depois de tantas lágrimas. Talvez até por causa delas. Percebe que as suas pessoas continuam suas. Que quando você ouve a voz delas, a voz delas ainda ecoa dentro de você, as palavras delas ainda são suas.
Só que como um bônus, você agora tem novas pessoas, novas vozes, novas palavras.
O dia se torna mais fácil. Tudo se torna mais fácil.
Essas novidades podem vir de dentro de você. De você mesmo. Da sua força interior, do seu corpo e da sua alma. Do seu espírito. Da sua paz.
Essas novidades podem vir de fora. De pessoas que te abrigam, te confortam. Encontrei isso em algumas pessoas por aqui. E parece que agora estou mais segura. Eles me seguram.
Essas novidades podem vir de qualquer lugar, de qualquer um..

Basta que venham.

É isso, pessoal.
Por fim, estou bem. Muito bem!

Sessão de fotos (curta hoje, como de costume - esse costume vai mudar, tenham paciência!)
Esse é o pequeno pessoal que veio do Brasil comigo.. 35 brasileiros em uma cidade de 77.000 habitantes é um número razoável.
Ou não.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Primeiro dia de aula: Pizza?

Isso mesmo, não só pizza, como também bolo. Pizza com abacaxi, mas ok. Muito boa por sinal. Acredito que teve toda essa mordomia só para agradar os seus international students, porque a reunião foi só para nós mesmo, sem canadenses. Então, vocês já podem imaginar que os (muitos) brasileiros ficaram juntos.
Tive uma hora mais ou menos de reunião para saber todas as minhas aulas, e eu vou ter aula sobre os índios do Canadá. Não sei onde isso entra na escala de matérias que o Brasil estipula para termos, mas tudo bem. Ah, e não poderei jogar futebol, porque futebol feminino começa só na primavera. Só quero ver que esporte vou fazer..
Ontem meu esporte foi comprar. Estava congelando nessa cidade, então comprei alguns agasalhos, uma bota e essas coisinhas quentes e confortáveis. Por preços minúsculos.
Acordar. Acordar. Acordar. Acordar. Finalmente consegui! Algumas frutas, um copo d'água, e-mail. Nada. Minha mãe parece ter sumido do mapa. Comer. Comer. Beber água. E-mail. Nada. Comer. Comer. Comer.
Estou cheia. Mas mesmo com essa comida toda não me sinto aquecida. Acho que vou precisar da ajuda de algumas roupas mesmo.
Emcapusada. Andando. O vento gelado bate no meu rosto, mas parece me fortalecer, porque todo o meu corpo está quente agora. Fico ainda mais forte quando vejo tudo que me cerca, toda essa natureza, toda essa vida. Nem uma alma pintada na rua. Canto. Canto alto. Danço. Me aproximo do ponto e sossego. Chega uma garota, com uma blusinha, mas que calor hein! Sou olhada. Medida. Talvez isso se deva ao fato dos mil agasalhos. Não ligo!
Ônibus. Confusão, não sei o preço, se passa aonde vou. E, veja só, só um ônibus passa nessa rota, então, não tem erro!
Escola. Escola. Escola. Perdida. Escola. Escola. Encontrei: biblioteca, pizza, bolo.. Gorda. É como vou ficar. Recomdações. Uma hora se passou. Recomendações. Matérias escaladas: matemática, biologia, inglês e algo sobre os índios canadenses. Índios. Interessante. Bem selvagem. Ou não.

See you tomorrow at 8h30!

Shopping. Sorvete. Grande e suculento. Gorda de novo. É como vou ficar mais uma vez. Material escolar (um fichário para cada matéria). Compras com a Amanda. Ponto de ônibus.
Descer em um ponto que fica há três antes do que deveria descer não é para qualquer um. É para os idiotas, ou para quem quer emagrecer. Não sou nem um nem outro, mas me torno. Andar. Andar. Andar. Andar. Acertar o caminho. Andar. Árvores. Mar.
Paz.
Home, sweet home.

Algumas fotos para satisfazer o desejo de alguns leitores (tenho vários né, sabe como é):

Chegar em Nanaimo não é assim tão fácil, nem confortável. Um avião que balança e que é minusculo não é o melhor meio. Certamente Não. Acho que podem perceber pela minha linda cara..


Na janela do meu quarto, meu vizinho que aparece quase todos os dias..



sábado, 4 de setembro de 2010

Peace, calm

Cheguei ontem. Estou bem. Bem cansada.
Fiquei um pouco resfriada e tudo o mais. Tudo por causa dos aviões e seus ares condicionados.
Ainda por cima, não consegui dormir em nenhum deles. Então, fiquei conversando com as pessoas que estavam do meu lado. Nisso conheci os brasileiros que vieram comigo.. O pessoal é beeem legal.
Enfim, hoje fomos para a praia.. É bem diferente. Não tinha areia, e ao invés de conchas eles têm 'beach glasses' que são uns vidrinhos coloridinhos e fofos que vêm do mar. Ah, e no lugar da areia tinham várias pedrinhas. Ficamos estirados nas pedrinhas por um tempo. Descansando da LONGA caminhada que fizemos até chegar lá (longa para mim e curta para eles, mas ok). Também foi um jeito de ficarmos mais quentinhos, porque estava frio e com muito vento. Espero que não seja sempre assim, porque eu estava congelando. E se for sempre assim, espero começar a me agasalhar melhor.
Como ainda estou acabada por causa da viagem e tudo o mais, vou parar por aqui.
Antes, só vou dizer uma coisa que a Montana ('minha irmãzinha') me disse e que eu achei realmente fofo.

Ela estava me mostrando a casa, explicando como as coisas funcionam por aqui. Quando chegamos em seu quarto, vi um Buda na parede. Já tinha percebido que ela era diferente, madura para a idade. Enfim, 9 anos e ela gosta de Buda. Falei que se ela quisesse podia contar um pouco dele para mim, então ela me disse que..
Buda means peace, calm. So, when you feel sad, or when you are crying, you can pray for him and ask for it.
Eu não sei, acho que depois disso, vou começar a rezar para ele quando precisar de paz. Ela mostrou tanta segurança, como se ele já tivesse ajudado ela muitas vezes...

A cidade é uma graça. Muita natureza, muito mar. Tudo junto.
As pessoas todas dizendo 'Good Morning' para todas as outras que veem, independente de conhecê-las ou não.

Nanaimo means peace, calm.

Principalmente para alguém que vive na loucura de São Paulo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cada pessoa é um mundo..

Quinta-feira, 2 de setembro de 2010, às 00:28: começo a escrever o primeiro post da minha nova experiência..
Vou passar 5 meses fora do Brasil, longe de tudo que me é conhecido, familiar. Longe do meu mundo. Aqui, vou (voltar a) postar todas as novidades. Vou embarcar amanhã. E chegarei no meu destino às 17h45 aproximadamente na sexta-feira (do horário deles, que é 4h antes daqui). É estranho, porque fiquei um mês sem fazer nada, apenas preparando as coisas da viagem, e agora, ela finalmente chegou!

Estou indo para um país novo, com pessoas novas. Como diz meu título, cada pessoa é um mundo. Então, me parece que vou conhecer outro universo, outra galáxia talvez. Sem me despreder da minha, sem deixar a minha. Porque eu, como um ser humano, também sou um mundo. Também carrego um desses comigo, um que é só meu. Com as minhas lembranças, os meus sentimentos, as minhas pessoas, as minhas manias, os meus vícios, os meus amores... E até as minhas dores! Acho que estou me sentindo segura e protegida porque tenho consciência disso. Porque eu tenho tudo isso e tudo isso me tem.
Eu carrego meu mundo comigo, independente do que acontecer.
E eu acho que posso garantir que depois dessa "viagem espacial" meu mundo estará diferente. Mas, terá sempre coisas nele que nunca mudarão: as minhas certezas.

Muitas delas são vocês, que estão lendo isso (eu espero, viu?)..