
Nos momentos de desespero eu grito, grito para todos me ouvirem, grito com o tom mais aguçado que encontro, grito com vontade, grito por estar sem vontade de viver. Os sentimentos derivados se misturam no meu pequeno coração com a maior facilidade do mundo e logo viram uma bola de neve, onde a cada ângulo encontra-se uma expressão, uma tensão, uma elevação.
Os neurônios perdidos e abalados são forçados violentamente a se acalmarem e enfim sumirem. Sumirem em um sono profundo, uma morte, uma escuridão, uma madrugada, uma ilusão. Qualquer ilusão que o meu inconsciente crie é bem-vinda no meu interior perturbado. Interior que quando se relaciona com fábulas, entra na fantasia que qualquer sonho lhe proporcione.
Ao acordar, a sede de glicose toma conta do meu humilde corpo sem rumo, que se dirige à cozinha sem grande esforço, vai se arrastando a tal cômodo como uma lesma caminha em direção à eternidade.
Abro a geladeira, aquela projeção do Polo Norte me lembra de como o frio entristece qualquer um, o que me leva aos prantos novamente. No canto mais escondido do eletrodoméstico encontra-se a tão gloriosa barra de chocolate, aquela que quando encontra a minha língua trêmula, devido à crise de choro, derrete com a mesma agilidade que um cubo de gelo derretiria no deserto mais quente da Africa. Começa aí a crise compulsiva por chocolate, o melhor amigo de qualquer um nos seus momentos mais sóbrios. Resta-me tempo para morrer, o que ainda me deprime mais. Tal tempo passa, passa rápido, passa devagar, simplesmente passa e sempre passará, disso nunca vou duvidar.
Depois de um rio de lágrimas a única coisa que sobra no interior desta minha alma pálida é uma luz, é o meu deus, é a minha personalidade mais forte, mais fatal, mais intensa, mais frequente, mais eu mesma. Lá dentro estou sozinha, aberta para a maior felicidade, o maior amor ou a maior dor. O melhor disso é que depois de tanto sofrer, não encontro mais espaço para tanta dor, vejo então amor em todos, calor em todos, felicidade em tudo. A natureza é sem dúvida a maior fonte de tais sensações. Ela me completa e eu completo ela. A natureza por toda a sua extensão, com toda sua pretensão, sem nenhuma invenção. É apenas ela.
E assim eu encontro a maior luz, e brilho radiantemente, assim como uma estrela cadente, ou apenas uma garotinha contente.
9 comentários:
Caroool, que texto menina! Fui imaginando cada cena, ao ler, tentando interpretar sentimentos..
Beijos ;)
Lindo texto.
Até no final do túnel pode ter uma estrela brilhante.
=DD
Beijos!
Se, no final de tudo encontras sua garotinha contente, então beleza.
É, mesmo depois das nuvens, sempre aparece um céu azul - ainda bem.
Bjo
Sede de glicose, HAHA. Carolina do céu, eu quero essa foto pra mim D:
Saudades sua feia.
aah, é lindo o sol que brilha depois das noites de tristeza ..
bom amanhecer pra você, que dure muito :)
só larga esse chocolate, menina, isso dá espinha! hahahahahahahahaha, brincadeira, também faço isso ;)
'ou apenas uma garotinha contente ' *----------------*
Ah eu grito!
Amei o texto!
Lindo, muito lindo.
Wow! Que texto!
Você escreve maravilhosamente, e eu já estava com saudades do seu blog!
Vê se não desaparece! (Isso serve para mim também uhauahu)
beijos.
Nossa, que txto maravilhoso!
Amei, mesmo *-*
Postar um comentário