segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"I can see"

Olá olá!
É, pelo que estou percebendo vou postar aproximadamente uma vez por semana sabe? Ah, mas não tem problema né, porque quando posto vale literalmente pela semana inteira. Pelo tamanho, eu digo.
Enfim, vamos lá.. a minha linda semana - passada.
Segunda e terça foram dias comuns, comi cookies, fui para a aula de musical - pela última vez! - e provavelmente fui para o shopping.. Que é o que todos os alunos internacionais fazem depois da aula. E eu faço de vez em quando. Tá, tanto faz esses dias.

O melhor estava por vir..

Quarta-feira - bem no meio da semana, tem coisa melhor? - fui para Vancouver. Na realidade, não fui exatamente a passeio. Fui para acompanhar a Kim - minha host mother. Ela tinha que fazer uma cirurgia nos olhos. Desde os 7 anos usou óculos, e sem eles (ou lentes de contato) não podia ver as coisas nitidamente, o mundo nitidamente. Eu sei que tem muitos casos como o dela. Mas, acho que por conviver com isso tão de perto, por me permitir a sentir um pouco do que ela sente, percebi que não é tão simples assim. Claro que podia ser pior. Mas, ela não conseguia ver..

E é engraçado pensar como a ciência evoluiu. E, nesse caso, evoluiu para o melhor. Ela conseguiria olhar o horário no despertador quando acordasse. Foi o que ela disse para o seu pai, ele não entendeu. Eu entendi, ela queria ver o mundo, cada detalhezinho dele, cada pequena parte.

E conseguiria. Para isso, foi para a cirurgia.
Eu, fui passear. Conheci as ruas cheias de lojas de Vancouver. Todos os tipos de loja. Todos os tipos de pessoas. Fui em uma loja subterrânea que tinha uma música super estranha na entrada. Fui em lojas comuns. Fui para onde queria ir.

Depois comprei um livro e fui tomar um chocolate quente, que a Kim falou que era o melhor do mundo. Eu não achei. Mas foi gostoso. E lá conheci um brasileiro - tinha que ser brasileiro - que falou que vai me levar para festas quando eu voltar. Adorei, haha.

Mas depois de tanta civilização, tanta cidade, encontrei um parque. E fiquei sentada em uma ponte que tinha no meio dele, que ficava meio que no meio de um super lago. Era super diferente. E de lá saiam uns jatinhos. Da AGUA! Nossa, eu achei super super super diferente. Fiquei lá, sentada, conversando com a minha mãe no celular, e sentindo aquela brisa.

Mais tarde, depois de comprar pijamas e comida para a minha 'paciente', fui encontrá-la. Estava deitada na - super ultra mega - cama do hotel. Me agradeceu mil vezes pelas compras. E foi até a janela. Eu a acompanhei. Ela abriu a grande janela.. E começou a observar.
Agora, ela conseguia. Meio borrado ainda, por causa da operação. Mas conseguia.
Lá de cima, ficou observando o parque onde eu estava. Viu um homem de cadeiras de rodas na ponte onde eu estava. E começou a falar, cada coisinha que via. Cada detalhe.

Quando eu olhei para ela, ela disse, com lágrimas nos olhos: 'I can see'.

Não sei, mas quando você compartilha esses sentimentos, começa a perceber como é importante ver. Não olhar, mas ver. Porque quando você vê, você sente, você se importa.
Eu estava vendo ela. E ela, sem dúvidas, estava me vendo. Com muito orgulho por sinal. Orgulho dela.

Depois disso, acho que decidi ver mais. Ver mais o mundo.
Porque você percebe que tem sorte por poder vê-lo. Sem ser através de lentes. Sem ser através de cirurgias. Apenas através de seu coração, quem sabe.

Bom, nesses mesmos dias estava pensando em parar o teatro. Aí foi quando me decidi. Pararia o teatro, mas começaria a andar, a fazer caminhadas por aqui. Que incluiriam, obviamente, paradas. Paradas nos parques daqui, nas praias daqui.
Mesmo porque, sinceramente, essa cidade não é das mais badaladas. Não é das mais agitadas.
Mas é daquelas onde se tem muita coisa para VER, para sentir.

Estava decidida. Iria ver.

Na quinta voltamos. Eu comprei tênis, para que as caminhadas não se tornasse em uma tortura sob All Stares não-confortáveis. Na sexta mesmo já fui caminhar depois da escola. Encontrei outra praia aqui perto de casa, bem pertinho mesmo. Na volta da caminhada parei lá. Senti a praia. Senti o mar. Senti cada ventinho que batia. E os ventões também. Sentei e li um pouco.
Voltei para casa ouvindo Maria Rita no máximo volume e cantando. Se alguém ouvisse, não entenderia mesmo né?
E sinceramente, eu não estava nem ligando.

"A gente ri, a gente chora e comemora o novo amor!" Maria Rita - cantado por Carolina Piai.
INÉDITO: Em Nanaimo, dia 17 de setembro.







A tardinha, fui encontrar um pessoal para fazermos algo que ainda não sabíamos o que era. E continuamos sem saber. Fomos para um lago, fomos para um shopping, para outro. Pegamos um ônibus, pegamos outros. E assim foi. Um desastre. Mas um desastre engraçado, né meninas ao lado? Mais engraçado agora do que na hora, mas tudo bem.





Sábado fui fazer uma caminhada, mais longa. Na verdade a que fiz no meu primeiro dia aqui e que achei muito muito muito longa. Na realidade não é tanta. Mas, chegando no lugar (Neck Point Park), fiz uma trilha. Então, estava também me exercitando.

Bom, a verdade é que pelo que vi lá, não estava dando muita bola para o exercício. Estava feliz.

Eu podia ver. Ver tudinho. Cada detalhe.

E os detalhes de lá, meu caro leitor, valem a pena. Valem para mim pelo menos.

Muita natureza, muitas pedras, muita PAZ.

Cada dia eu descubro mais como posso encontrar essa paz aqui também, e não só em Hornby. Isso é consolador.
A vista era maravilhosa, e a sensação melhor ainda.
Poderia passar o dia inteirinho lá.. Só sentindo cada segundo. Cada segundo que o universo estava me oferecendo. Mas, tinha que sair, porque tinha planos. Não vou nem comentar desses planos, porque eles foram um desastre. Onde já se viu um shopping, de uma cidade, fechar às 6h da tarde em um sábado? Isso não é normal. Iria encontrar pessoas lá. As pessoas eu encontrei. O shopping não.
Ah, encontrei outra coisa.. Chuva, muita chuva.

Domingo - Estava decidido: pic nic na praia? Não.
Jogo de futebol: Brasil x Espanha. Na realidade em um time tinham 2 brasileiros e no outro uns 3/4/5 espanhóis. Só que foi divulgado como Brasil e Espanha. Provavelmente para as pessoas terem vontade de se locomover até lá.
Foi simpático.


Mas o 'Brasil' perdeu.

Depois disso, fomos comer Pizza Hut.

Cheguei em casa e jantei.

Acordei e comi panquecas. Engordei um quilo já, e não estou aqui há nem um mês. E sinceramente, eu não estou nem ligando. O programado era cinco quilos no máximo.. E eu não estava nem pensando em fazer exercício hein.




Depois de panquecas, e falar com algumas pessoas do Brasil, voltei para o Neck Point. Hoje, incrivelmente, o tempo estava mais bonito. Tirei umas fotos legais..

Tinha que aproveitar o milagre né.

E tinha que deixar vocês verem.

Verem por lentes. Verem por uma tela. Mas, Verem o que estou vendo.

Para sentirem o que estou sentindo.

2 comentários:

carla disse...

cada dia que passa voce fica mais gay, mas ate que eu gosto um pouquinho dos seus posts

PARA DE COMER CAROLINA

brincs
pode comer
fica gorda mesmo e nem liga
eu nao ligo de ter amigas gordas
sou solidária

TA PAREI

Malu disse...

voce ta conseguindo mesmo sair e voltar pros lugares sem se perder em maninha, e é, os shoppings fecham as 6 ai, tambem fiquei pra fora -.- voce ta gay, aham.