sexta-feira, 26 de março de 2010

Geração da Infom..Ação?

O que lhes falta certamente não é a informação, será a indignação? Sem dúvidas, são muito novos para a conformação.
Procura-se atitude no jovem do século XXI. Ao dar uma revisada na história, são encontrados diversos movimentos juvenis, os quais conseguiram "movimentar" o mundo. No entanto, isso não é utilizado como um incentivo à geração atual. Essa, por sua vez, está imóvel ... perdida? Talvez. Resta saber se são apenas considerados perdidos, ou se realmente estão.

Assim como foi dito na música Geração Coca-Cola: "desde pequenos nós comemos lixo comercial e industrial". Com o desenvolvimento da globalização, o capitalismo foi favorecido com o "encurtamento" da distância dos mercados mundiais, difundindo sua ideologia consumista. Desta forma, o lixo comercial do qual a banda Legião Urbana se referia, continua prevalecendo. A juventude dos países desenvolvidos ou emergentes parece consumi-lo desenfreadamente.
Esse consumo descontrolado pode ser relacionado com os jovens "perdidos". A televisão, a internet, e quaisquer outros meios de comunicação não têm mais atingido o seu real objetivo: informar. A mídia está atrelada à valores pré-estabelecidos, os quais dizem que você é o que você tem, que você deve escolher ter coisas, coisas e coisas... As pessoas perdem o sentido de identidade, pois ela passa a ser o que você possui. Nesse contexto, a juventude adquire os mesmos valores. Portanto, os "filhos bastardos do sistema", aqueles que não têm renda financeira favorável, se sentem incompletos. Em contraponto, os que têm, muitas vezes não têm amor, sentindo-se incompletos também. Amor não é simplesmente paixão, é ser respeitado como você é. Pois após você ter tudo que você sempre quis, você descobre que você não é melhor ou pior. Você simplesmente não é, sendo assim, não é amado.
Porém, ao contrário do que tudo isso indica, os jovens são importantes, são relevantes, são especiais. Todo ser humano é. O que falta é o reconhecimento dessa importância e o uso dela como uma forma de mudar o que não está bom. De mostrar aos pais do nosso sistema que seus filhos não se sentem humanos com ele. A humanização foi perdida nesse mundo onde o capital é valorizado, e nada mais.
Há como mudar, ao menos um pouco, foi o que a década de 60 nos mostrou. Nesse período estava acontecendo a Guerra do Vietnã, resultado do imperialismo americano. Os filhos da classe média observaram essa situação de forma crítica, repudiando a desigualdade gerada pelo capitalismo cultivado nos Estados Unidos e em grande parte do mundo. Desenvolveram a contracultura, uma contestação à sociedade consumista e aos seus valores.
A partir daí surgiram os hippies. Esses sugeriam um novo modo de vida baseado na paz e no amor, com o intuito de renovar os seres humanos. O conflito no Vietnã foi o principal motivo pelos quais esse grupo reivindicou. Pregavam igualdade e uma vida simples, pregavam isso pacificamente.
A juventude francesa seguiu esse exemplo e foi às ruas em massa em 1968, ela lutava contra o poder e o absolutismo. Apoiava assim mudanças no plano educacional, social e político. As mesmas mudanças precisavam ser feitas em muitos outros países ocidentais, o que levou jovens de muitas outras nacionalidades à protestos, todos lutavam pela liberdade. No Brasil não foi diferente, vivia-se a ditadura militar, e os estudantes fizeram parte dos grupos que combatiam-na. Esse intervalo de turbulências chegou ao fim, e suas contestações também.
Não é, portanto, fundamental que os jovens sigam a igualdade difundida pelos hippies, ou a coragem dos franceses e se movam? O movimento agora é resistir. Resistir aos símbolos (ainda!) imperialistas. E sermos, sermos mais ou sermos menos, sermos quem somos."Vamos fazer nosso dever de casa e aí então, vocês vão ver suas crianças derrubando reis fazer comédia no cinema com as suas leis.".

Um comentário:

Raquel Reckziegel disse...

A força do país está em nós, jovens.

Devíamos era estar fazendo panelasso nas ruas. Temos o poder em nossas mãos. Por alguma razão, decidimos não o utilizar.